terça-feira, 1 de julho de 2014


Foi mais ou menos assim, ela sentou sem compromisso no sofá. De repente, não quis mais sair de lá. Ele pegou na mão dela, pela primeira vez. 

Ela desconfiou, não era da sua personalidade estender a mão assim, tão rápido, para pessoas novas. Ficou ali, encostada, apenas observando sua conversa, seu tom de voz ao cantar e até o jeito de sorrir. Afinal, ela sempre acha que pode controlar situações e que tudo depende dela. Só foram necessários alguns segundos para ela concluir que não, ela não poderia controlar todas as situações. 

Ele olhou para as paredes e sorriu. Ela também sorriu de volta. Fizeram uns cinco minutos de silêncio. A presença dele era novidade. Ela sabia que tinha que começar a falar, mas por onde? 
Honestamente não lembro  exatamente a primeira coisa que ela disse, mas sei que logo nos primeiros minutos falou que aqueles rabiscos estavam ali, porque por muito tempo, escrever havia sido suficiente. Escrevendo ela quase sempre encontrava seus motivos e aí era decisão dela solucionar ou não seus problemas.

Só que, de repente, ela não conseguia mais escrever. E sabia que isso acontecia porque tinha algo nela que não queria encarar. 


Ele perguntou o que era e ela disse que era essa pergunta que esperava que ele ajudasse a responder.